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Cicatrização de Deiscência Cirúrgica no Doente Oncológico com Recurso Dezembro2017 INFO
a Terapia de Pressão Negativa Controlada e Instiloterapia | Estudo Caso




















RESULTADOS E DISCUSSÃO no leito da ferida fundamenta-se no tempo óptimo de
acção da solução, tendo sido selecionado um intervalo
Perante a avaliação global (doente e ferida) pela equipa de instilação de 3 horas uma vez que as micro-colónias
multiprofssional, foi defnido a implementação do pla- se formam a cada 2-4 horas (Vítor Santos, Santos, &
no terapêutico, de cujos resultados relativos à ferida 1 Menoita,2013). Para evitar o aumento de dor local foi
e seus impactos se apresenta a discussão. iniciada a terapia com baixa intensidade.

A avaliação inicial da ferida 1, situada na região ingui- A evolução da ferida 1 foi monitorizada com recurso à
nal, evidenciando presença de Sinais Stones, atestada Escala Resvech 2.0 em cinco momentos, tendo-se ve-
pela aplicação da Escala de Resvech 2.0 no primeiro rifcado uma evolução favorável (fgura 4). Destaca-se,
contacto, determina a aplicação de instiloterapia. Se- ainda, pela mesma análise da mesma fgura, que os si-
gundo Kim et al (2014) diversos estudos têm demons- nais de infeção avaliados reduzem signifcativamente
trado que a TPNCi é mais efciente do que a TPNC em 7 dias e desaparecem ao fm de 15 dias. Verifca-se
padrão no tratamento de feridas infetadas. Após a co- a cicatrização total da ferida inguinal aos 28 dias com
lheita do exsudado para análise foi aplicada a solução a diminuição do score da escala de REVESCH 2.0 de
de polihexanida e betaína com tempo de retenção de 24 para 5.
15 minutos e de instilação de 3 h. Durante o restante
tempo foram programadas 2 h: 45 m de TPNC a 125 Figura 4. Evolução da ferida 1 avaliada pela Escala de
mmHg. A opção por 15 minutos de retenção da solução Resvech 2.0

Escala de RESVECH 2.0

























Uma vez que a doente em estudo tinha alguns anteceden- Pela análise da fgura 5 verifca-se uma evolução po-
tes que infuenciavam a mobilidade (deambulava com ca- sitiva na Escala de Braden desde o 1º dia (score 17)
nadianas) e como esta actividade ainda se iria encontrar para o dia 8 (score 20), apresentando uma evolução
mais reduzida pela aplicação da TPNCi, decidiu-se aplicar acentuada nas dimensões atividade e mobilidade tra-
a Escala de Braden (fgura 5) para avaliar o risco de de- duzindo uma boa adaptação da doente à utilização
senvolvimento de úlceras de pressão, cujo resultado obti- dos dispositivos da TPNCi e alcançando na última mo-
do permitiu o alerta para o risco existente, o planeamento nitorização no dia 20 um score de 23, o que traduz um
e implementação de intervenções oportunas no sentido baixo risco de desenvolver uma úlcera de pressão.
de o minimizar ou mesmo anular (Menezes, 2015).




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